sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Protesto


O Ensayo de Un Crimen apoia o protesto: 

Manifesto

Nós, desempregados, “quinhentoseuristas” e outros mal remunerados, escravos disfarçados, subcontratados, contratados a prazo, falsos trabalhadores independentes, trabalhadores intermitentes, estagiários, bolseiros, trabalhadores-estudantes, estudantes, mães, pais e filhos de Portugal.

Nós, que até agora compactuámos com esta condição, estamos aqui, hoje, para dar o nosso contributo no sentido de desencadear uma mudança qualitativa do país. Estamos aqui, hoje, porque não podemos continuar a aceitar a situação precária para a qual fomos arrastados. Estamos aqui, hoje, porque nos esforçamos diariamente para merecer um futuro digno, com estabilidade e segurança em todas as áreas da nossa vida.

Protestamos para que todos os responsáveis pela nossa actual situação de incerteza - políticos, empregadores e nós mesmos – actuem em conjunto para uma alteração rápida desta realidade, que se tornou insustentável.

Caso contrário:

a) Defrauda-se o presente, por não termos a oportunidade de concretizar o nosso potencial, bloqueando a melhoria das condições económicas e sociais do país. Desperdiçam-se as aspirações de toda uma geração, que não pode prosperar.

b) Insulta-se o passado, porque as gerações anteriores trabalharam pelo nosso acesso à educação, pela nossa segurança, pelos nossos direitos laborais e pela nossa liberdade. Desperdiçam-se décadas de esforço, investimento e dedicação.

c) Hipoteca-se o futuro, que se vislumbra sem educação de qualidade para todos e sem reformas justas para aqueles que trabalham toda a vida. Desperdiçam-se os recursos e competências que poderiam levar o país ao sucesso económico.

Somos a geração com o maior nível de formação na história do país. Por isso, não nos deixamos abater pelo cansaço, nem pela frustração, nem pela falta de perspectivas. Acreditamos que temos os recursos e as ferramentas para dar um futuro melhor a nós mesmos e a Portugal.

Não protestamos contra as outras gerações. Apenas não estamos, nem queremos estar à espera que os problemas se resolvam. Protestamos por uma solução e queremos ser parte dela.



Protesto da Geração à Rasca


É lamentável a passividade com que a sociedade portuguesa reage à precariedade, à degradação, à queda do nível de vida do outro. Em vez de apoiarem as lutas contra as más condições da generalidade do povo, de pessoas iguais a si próprias, são capazes de se voltarem contra outros trabalhadores precários que vivem nas mesmas condições que eles próprios, tomando posições, imaginem, dos patrões, que tudo fazem para nunca melhorar as condições dos seus empregados, pois melhores condições para estes significa menos lucros. Para muitos, tristes idiotas, fica sempre bem assumir a posição do "Sr.Dr." em vez de estar ao lado de pessoas com poucas qualificações, para tentarem assumir um estatuto superior aos da sua classe. Outros assistem impávidos, do alto do seu bem-estar, à desgraça dos outros, alguns com medo que a subida social dos novos represente uma ameaça ao seu estatuto, outros simplesmente não querem que tenham mais sucesso do que a mediocridade que obtiveram para si. 


A sociedade portuguesa, devido à sua pobreza intrínseca, e a uma disparidade ridícula entre ricos e pobres, provoca uma inveja colectiva que enoja qualquer pessoa que não pense apenas em si próprio. O ódio que destilam em relação ao outro, que eventualmente poderia ganhar um pouco mais do que eles próprios, é o paradigma da sociedade triste em que vivemos. O maior inimigo do pobre acaba por não ser o rico, mas sim o outro pobre, que não aceita ver o outro um pouco melhor do que ele próprio e é aí que tem que se mudar a mentalidade pois enquanto todos os pobres não estiverem unidos e lutarem uns pelos outros, os ricos vão sempre gozar e abusar de todos. Dividir e conquistar é a melhor estratégia de quem detém o poder e eles vão tentá-lo sempre, comprar uns poucos e corromper o todo.  

Qualquer manifestação que vise uma melhoria das condições de vida de qualquer classe ou grupo precário deveria ter sempre o apoio da generalidade da sociedade e evidentemente tem o apoio deste que vos escreve. Não voltes as costas a quem é como tu, um trabalhador precário, um explorado, um desempregado, um remediado, e comparece nesta manifestação ou pelo menos expressa a tua simpatia pelo protesto. Juntos podemos fazer a diferença!


12 de Março, 15:00h - Lisboa (Avenida da República), Porto (Praça da Batalha)

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