quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Que Se Foda a Troika!



Depois do 12 de Março e do protesto da geração à rasca do ano passado, parece que nada aconteceu, senão a queda do governo anterior. Aparentemente o povo ficou feliz e estávamos de volta ao normal. Isso poderia ser a ideia de um idiota desinformado, mas o que se passou com os líderes iluminados que convocaram essa grande manifestação apolítica? Aparentemente conseguiram trabalho e nunca mais se ouviu falar deles. Que tristeza de gente, que apenas fazem as coisas para salvar o seu próprio pescoço e depois abandonam de novo o povo à sua sorte.

Felizmente, surgiu um novo movimento: "Que Se Lixe a Troika - Queremos as Nossas Vidas" — e parece ser um movimento a sério, com pessoas bem intencionadas, como me parece ser João Camargo, que sabem bem identificar os inimigos do povo e não está aqui com "pezinhos de lã" de que isto é um movimento apolítico e de que não é contra nada nem ninguém. Depois do enorme sucesso da manifestação do dia 15 passado, apelaram já às pessoas para se associarem à manifestação convocada pela CGTP - um sindicato ligado aos comunistas. Notável! É assim que podemos fazer a diferença, sem parar, porque não é com uma manifestação pacífica a cada ano que as coisas vão mudar e os sindicatos estão do lado dos oprimidos.
Apenas uma crítica a esta movimento: não há que ter vergonha de dizer "que se foda a troika". Já chega desses puritanismos que até em momentos de desespero não se pode dizer um palavrão.


Há pessoas que traíram a confiança do povo e que se fartam de roubar e ludibriar de todas as maneiras possíveis e devem ser identificadas, assim como os partidos a que pertencem e fazer entender às pessoas que não são todos iguais. Mas não são só os partidos,  é todo o poder económico que corrompe os partidos, os donos de Portugal — são esses, também que devem ser combatidos, porque são esses que nos mantêm escravizados e que não largam mão de nos manter na mesma situação de opressão de sempre. Fim da escravatura! Fim dos privilegiados!

O Capitalismo é um sistema que privilegia os ricos e abandona os explorados de sempre à sua sorte e por isso deve ser combatido porque já não serve sequer a maioria da população do nosso país e de muitos outros países ocidentais. O Capitalismo é a nobreza, é banqueiros, é Monarquia, é oligarquias, é exploração, é roubo, é especulação, é mentira, é fome, é violência, é competição sem limites, é poluição, é desrespeito, é corrupção etc. Enquanto o Capitalismo gerava riqueza mas de alguma forma integrava e protegia os mais débeis até poderia ser tolerável, mas quando verificamos que se querem desfazer dos débeis e manter o sistema, estas pessoas simplesmente têm que ser erradicadas sob pena de sermos erradicados nós.

terça-feira, 18 de setembro de 2012

15 de Setembro - A luta continua...



Poucos dias depois dos protestos de Sábado, dia 15 de Setembro, os problemas seguem todos iguais. Foi uma surpresa ver tanta gente na rua? Tendo em conta que todos os poderosos (igreja, empresários, maioria dos partidos políticos e até parte do governo) estarem contra aquilo que o governo se propõe a fazer com estas novas medidas, não. Muitas reformas chorudas serão taxadas em grande e então muita gente acostumada a ser intocável, desta vez, começou a mexer os cordelinhos.

E lá foram os cordeirinhos todos, fazer aquilo que a imprensa e os senhores doutores "de bem" consideraram ser a atitude certa a tomar perante o descalabro do governo neste momento. Foi mais do que tudo um aviso dos poderosos ao governo — ou têm atenção connosco ou movemos as marionetas que até agora têm estado bem manipuladas. Mas atenção: um protesto pacífico, não se esqueçam! E lá foram a avó, o avô, o tio, o neto e a sobrinha dar um passeio até à cidade e gritar alguma coisa contra sabe-se lá o quê. Ontem Sócrates, hoje Passos Coelho. Os que ontem odiavam de morte o PS e o Sócrates — e votaram nos partidos do "trono/pátria e do altar" — amanhã, estarão a votar nesse partido novamente, mas não nos de esquerda uma vez que votar nesses partidos significa radicalismo e contra os altos valores do povo.

Obviamente também compareceu muita gente que vêem as coisas como elas são, que identificam claramente o inimigo, o problema, as verdadeiras circunstâncias desta crise e fizeram muito bem em lá estar a protestar. Mais do que tudo é importante elucidar as pessoas para que se possa lutar contra os adversários certos porque senão no dia seguinte segue sempre tudo igual. Teriam muito mais valor os protestos convocados pelos sindicatos, por pessoas que realmente querem romper com sistemas de exploração injusta,  mas aí a maioria desta gente já não se atreve a sair da toca porque ficam mal vistos aos olhos do senhor doutor. Continuam escravos.


É uma pouca vergonha! É um roubo!!

— Já veio alguma vez a alguma manifestação?
— Nunca! Eu não, que eu sou um cidadão honesto e trabalhador, de bem com Deus.
— E então por que veio desta vez?
— Porque agora me estão a roubar, eu que descontei uma vida!

Esta é mais uma razão por que as coisas nunca mudam. Enquanto não nos toca, até estamos contentes que se faça algo, nem que seja à custa da tragédia dos outros e até dizemos que deveria ser pior. Quando nos cabe a nós "contribuir", aí já vamos para a rua gritar que são ladrões.

Veremos se a imprensa e alguns dos conservadores vão continuar a dar respaldo a novos protestos e manifestações, seja com comentários a toda a hora a favor das manifestações seja com "direitos de antena" à esquerda, como fizeram com Francisco Louçã por dezenas de minutos em plena Avenida dos Aliados.

Se o Governo cai, o que se seguirá? As sondagens que dão uma maioria de votos aos socialistas demonstram a tragédia em que vivemos.

Ou a União Europeia nos salva de alguma maneira — e eu só a imagino através de uma federação de estados ou nações (como defendeu Durão Barroso) — ou isto, como se percebe, vai acabar muito mal para nós e não só...

Se este povo tivesse realmente um serviço público de televisão tudo poderia ser bem diferente. Em termos educativos não se perde nada com a privatização, mas o problema é a manipulação que lhe seria dada e que  os socialistas não podem aceitar.