sexta-feira, 20 de maio de 2011

A Revolução Espanhola e Mundial?


Espanha está na rua em luta pelos direitos do seu povo e contra a corrupção da classe política, dos banqueiros e da sua burguesia exploradora — uma revolução que está a nascer e ao que tudo indica não vai parar. Uma revolução que tem por inspiração o que aconteceu no Egipto e também a manifestação portuguesa - "Geração à Rasca". É um momento único que estamos a viver, em que o povo pode, de facto, conseguir melhorias para a sua vida futura, e não o podemos desperdiçar sob pena de vivermos nesta injustiça gritante com que nos deparamos todos os dias. O Povo não pode pagar esta crise internacional para a qual nada contribuiu e muito menos os portugueses que não podem ser mais massacrados do que já são! Mas não nos iludamos, a direita reaccionária já está a tentar incutir o medo no povo espanhol e será igual nos outros países. É impressionante como a imprensa internacional está a tentar esconder o que se está a passar e mesmo em Portugal só lhe damos um tratamento residual. Este movimento quer estender-se ao resto da Europa e, por que não, ao resto do mundo. 


Hoje começa a luta em Portugal, às 20 horas:


LISBOA: Rossio
PORTO: Batalha
COIMBRA: Praça 8 de Maio 
FARO: Jardim Manuel Bivar (Na Marina)



Tomemos conta das ruas e lutemos pelos nossos direitos!


Madrid em Directo: http://www.soltv.tv/soltv2/index.html

sábado, 14 de maio de 2011

O Colapso de Portugal

Portugal tem um futuro negro à sua frente e o melhor para o nosso povo é apenas, simplesmente, que Portugal acabe como nação soberana. Sim, estão chocados com esta afirmação, mas não é melhor termos uma outra denominação qualquer e vivermos bem do que sermos "portugueses" e viver escravizados e sem perspectivas de futuro? Este país não é viável a não ser que se queira escravizar, uma vez mais este povo, pois, o país não produz riqueza suficiente e a pouca riqueza que consegue cai nas mãos de uns poucos: ou seja, nem sequer é dignamente redistribuída pela população portuguesa. Portugal quando se inventou como país independente, tinha apenas uma solução para a escassez de meios e falta de tudo: sair à descoberta e conquistar novos mercados que nos proporcionassem a riqueza que este território construído pela espada não nos podia proporcionar. Após séculos  em que conseguimos fortunas fantásticas noutros territórios, os nossos dirigentes nunca as souberam aproveitar para desenvolver o país e proporcionar melhores condições de vida ao povo que conseguiu, com o seu sangue, suor e lágrimas, solidificar. O dirigente preferiu sempre vangloriar-se aos seus familiares nobres europeus do seu vasto império e das suas fortunas pessoais em vez de pensar no território peninsular para o futuro. Perdemos o monopólio da Índia e nada se fez; perdeu-se o Brasil e nada se fez; perdeu-se África - a nossa última réstia de esperança - e nada se fez. O que é que resta(va) para Portugal? Uma integração europeia total, ou seja uma federação europeia, tal como os Estados Unidos, em que Portugal era apenas um estado federado dentro da União.

Salazar numa coisa estava certo: Portugal não subsistiria sem as colónias africanas — e em especial Angola — pois para além de proporcionar o escoamento dos produtos fabricados no continente, que seriam vendidos nessas colónias ao preço que bem entendessem, pois não sofreriam concorrência de ninguém, proporcionavam a mão-de-obra escrava necessária, minérios valiosos, matérias primas etc. Agora imaginem Portugal sem essa fonte extraordinária de receita, cinquenta anos — no mínimo —  atrasado em relação à Europa ocidental e aberto à concorrência. O resultado está à vista de todos: conseguimos produtos mais baratos vindos de toda a parte e conseguimos, artificialmente, melhores salários,  para nos aproximarmos dos restantes membros — mas ainda assim a décadas de salários parecidos — mas as empresas nacionais, que subsistiam à custa da inexistente concorrência e salários baixíssimos, foram simplesmente esmagadas pois não estavam preparadas, nem com os milhões que nos foram enviados, para competir com companhias que desde a sua fundação foram preparadas para competir.

Qual é a única possibilidade de Portugal subsistir? Escravizar o povo. Impostos e mais impostos e mais impostos — e não só apenas sobre o povo mas também sobre as empresas — mais horas de trabalho, salários mais baixos, menos saúde pública, menos escolas públicas, menos apoios sociais, ou seja, precarizar a vida das pessoas e forçá-las a aceitar o seu triste destino. O que se está a passar neste momento é uma vergonha que revolta qualquer um que deseja apenas justiça e basta olhar para o país vizinho: apesar de estarem a atravessar problemas graves, ninguém concebe que se peçam aos espanhóis semelhantes sacrifícios aos que estão a ser pedidos a nós. Querem, aqui, convencer o povo português de que todos somos culpados, por igual, do que nos está a acontecer e é absolutamente asqueroso este argumento: então que culpa tem o povo português dos políticos e empresários serem inaptos e que apenas consigam subsistir com base na escravidão do povo? Que culpa tem o povo que não tem qualquer dívida e sempre foi honesto? Que culpa tem o povo que tem dívidas porque foi incentivado a consumir —até para melhorar a economia — e aspirar a ter uma vida melhor? Que culpa tem o povo do país nunca na vida possa proporcionar uma vida decente aos seus cidadãos? Que culpa tem o povo, que já teve que travar uma guerra, que foi completamente abandonado na sua ignorância, que viveu em pobreza extrema, que teve que emigrar aos milhões (1/3 dos portugueses vivem fora de Portugal), que foi formatado com uma ideologia fascista? Ainda ousam pedir mais sacrifícios a este povo e ainda para cúmulo colocam-lhe a culpa em cima? Mas o que é isto?! Ninguém se farta destes palhaços que não se cansam de abusar de nós?!

Pois, a verdade uma vez mais está aí, nua e crua: ou há uma integração completa na UE, em que as regiões mais ricas subsidiam as mais pobres, ou só nos resta a escravidão como forma para que Portugal possa subsistir. A questão é saber até quando o povo vai aceitar uma disparidade tão grande em relação aos trabalhadores e ao nível de vida de outros países, até porque agora é muito mais fácil ao povo aperceber-se do que se passa no exterior. Esperando-se revoltas e não havendo alternativa a este modelo, como poderá Portugal prevalecer? Para bem do povo, espero que não!
Como escrevi noutro "post", o patriota vai defender Portugal, mesmo que esteja só a pão e água, tal como foi ensinado a fazer, mas espero que haja gente que pense e liberte as pessoas do seu infortúnio.