domingo, 13 de março de 2011

O Povo à Rasca



E cá estamos, sensivelmente um dia após a grande manifestação que juntou muitos milhares de portugueses de todas as idades, em várias cidades - em especial no Porto e Lisboa - de ideologias completamente diferentes e que se apresentaram por razões também muito dispares.
É verdade que o país atravessa dificuldades extremas para a maioria da população, mas há casos e casos. Há casos de idosos que não têm dinheiro para medicamentos, de jovens a trabalhar gratuitamente e que só subsistem à custa dos pais, pessoas com 40 anos que não encontram qualquer trabalho digno na sua área de formação, outras que apesar de terem qualificações superiores auferem salários pouco acima de 500 €, e ao mesmo tempo há pessoas a manifestarem-se porque o governo viu-se forçado a fazer alguns cortes em salários que estão acima de 1500€, que já podem ser considerados, no mínimo, bem dignos. 

Estes últimos são os principais detractores do actual governo, juntamente com outros menos culpados, devido à sua inocência, que crêem que com um governo do PSD, ou PSD-CDS, a sua vida vai melhorar, e, obviamente, a corja que pulula em redor destes partidos de poder e que anseia pelo posto que o partido lhe pode garantir.
Evidentemente que para os mais prejudicados subirem no seu nível de vida, vai haver quem terá que abdicar dos seus privilégios, que repartir os seus rendimentos com quem ganha menos, dar oportunidades aos que não têm e por conseguinte abandonar o alto do seu púlpito. Alguém acredita que se queremos mudar alguma coisa podemos agradar a todos? Evidentemente que não!

Este Governo não tem solução para os nossos problemas, é já evidente, mas quem pensar que o PSD ou CDS  traz alguma solução para os precários e para quem precisa está completamente desvairado. A solução que a direita tem para o país é a precariedade, os salários baixos, o corte nos subsídios dos mais desfavorecidos, é alimentar as empresas de todas as maneiras possíveis à custa do povo. Sendo este país um país de precários, já com os salários mais baixos da Europa ocidental, com mais impostos sobre a população que se traduz em preços incomportáveis, como para a gasolina, como é que alguém pode aceitar isto?! Não aceito essa solução!

Este movimento teve o condão de mostrar que o país se pode mobilizar, que pode ser desperto e que pode lutar pelos seus direitos. Já assustou algumas pessoas, mas enquanto não definirmos objectivos concretos, lutas singulares, metas particulares ou identificarmos positivamente os culpados da nossa situação, não acontece nada.
Foi dado o primeiro passo, mas é preciso passar à etapa seguinte porque hoje segue tudo como ontem. A luta não pode parar e os jovens não podem parar só porque conseguiram melhores condições para si, pois isto é uma luta de todos os precários portugueses e os precários evidentemente não são só os jovens. 

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